Em reunião de 18 de setembro de 2017, a SBAV das Segundas estudou os Vinhos Verdes, começando pelos tintos. A seguir, o relato preparado pela confrade Valéria Gutjahr:
Em nossa última reunião passeamos pela VERDE* região demarcada dos Vinhos Verdes, cuja DOC remonta a 1908. Tadeu e Maria Helena explicaram ser a maior denominação de Portugal, com uma área de 21000 hectares situada no extremo norte de Portugal e que tem como sub-regiões Monção, Lima, Cávado, Ave, Basto, Sousa, Amarante, Paiva e Baião. É delimitada pelo rio Minho ao norte, estendendo-se pela costa atlântica até a cidade do Porto e para o Sul até as margens do rio Vouga.
Apresenta clima de influência marítima continental e destaca-se pelas conduções da vinha de maneiras incomuns que passam pela disposição singular da “vinha de enforcado”, com cepas entrelaçadas nas árvores, até a condução em pérgola, também conhecida como “latada”, passando pela cruzeta e pelo sistema de cordão simples.
Os vinhos produzidos, brancos e tintos, tem uma concentração em ácido málico superior à que é frequente nos vinhos de outras regiões de Portugal, o que lhes acentua frescura; devem ser consumidos jovens.
Uma das principais características e, por dizer, particular, do Vinho Verde, é a adição de dióxido de carbono à bebida; além disso, não passa por estágio de maturação, ficando pouco tempo armazenado antes do engarrafamento.
Desde 1999 produzem espumantes, anunciando-se como um dos locais mais promissores para os vinhos espumantes de qualidade! Aliás, fomos brindado com um belo espumante da região**, o qual destacou-se pelo frescor e potencial longevo, visto ser da safra 2005 e estar em perfeitas condições tanto em relação ao seu aspecto visual como em boca.
O vinho tinto produzido é consumido quase que exclusivamente pelas populações locais; é bastante ácido e tem uma cor vermelha bastante carregada.
Nossa degustação foi em torno destes TINTOS e a conclusão geral foi a de que são vinhos rústicos, ácidos, cuja gaseificação não agrada (ao menos, ao paladar dos confrades presentes) e sem grandes expressões.
Maria Helena nos brindou com pães, queijos e presunto cru que estavam deliciosos.
* A versão mais difundida pelos próprios produtores diz que o nome deve-se ao fato da região demarcada para a produção desse vinho, no noroeste de Portugal, ser exuberantemente verde! O clima úmido e o alto índice pluviométrico da província do Minho, de fato, transformam a paisagem, deixando-a linda e verde.
Vinhos (os vinhos não foram classificados):
1° vinho apresentado: CONDES DE BARCELOS 2013 – Produtor Adega Cooperativa de Barcelos – 10% – vinho da sub-região de Cávado – 100% uva Vinhão (R$ 46,80 – adquirido na Terrunyo);
2° vinho apresentado: VINHO VERDE QUINTA DE CARAPEÇOS VINHÃO 2013 – Produtor Quinta Carapecos Sociedade Vitivinicola LDA – 12% – vinho da sub-região de Amarante – 100% uva VINHÃO (R$ 99,90 – adquirido na Vinhos do Mundo);
3° vinho apresentado: PARADUSCO TINTO 2013 – Produtor Anselmo Mendes – 12,5% – vinho da sub-região de Monção – uvas Alvarelhão, Pedral, Cainho, Borraçal e Vinhão (R$ 119,80 – adquirido na Mistral) – O MELHOR DENTRE OS TRÊS NA OPINIÃO DOS CONFRADES.