Degustação de 15 de agosto de 2011 – Viña Los Vascos.
Apresentadora: Maria de Lourdes Pinheiro.
Origem da Vinícola.
A Viña Los Vascos foi fundada no inicio da década de 1980, com a finalidade exclusiva de exportação de vinhos finos. No entanto, como propriedade vinícola, existe há mais de 200 anos. Em 1988, Gilberto Rokvam que era Diretor Técnico da Château Lafite, viajou para o Chile com a incumbência de encontrar lugar para criar um vinho com as melhores características de qualidade: “ um vinho chileno com toque francês”. Visitou mais de trinta propriedades diferentes, em todo o pais, até que a prestigiada marca francesa da Familia Rothschild decidiu se associar à Familia Eyzaguirre, de origem basca – daí o nome de sua vinícola “Los Vascos”. Os vinhedos que os Eyzaguirre possuíam no vale do Cañeten, em Peralillo, Colchagua, tem pés com mais de 60 anos de idade, originários de antigos clones trazidos por seus ancestrais da França, no século XIX. Esses vinhedos chegaram antes da filoxera, a praga que devastou os parreirais europeus, e são plantados diretamente no solo pelo sistema conhecido por “pé franco”.
Localização e características de solo e clima
Situa-se no Vale de Colchagua (uma da mais tradicionais regiões vitivinicolas do Chile), 200 km a sudoeste de Santiago, a 40 km do Oceano Pacífico, aos pés do Monte Cañeten. A propriedade dos vinhedos cobre aproximadamente 550 hectares de vinhedos cultivados, principalmente a Cabernet Sauvignon e a Chardonnay, não enxertadas, provenientes de Bordeaux (época pré-filoxera). Tanto o vinhedo como a adega, são localizados dentro de uma mesma propriedade, o que assegura o auto-abastecimento total para a produção e o engarrafamento na origem. O solo é limo-argiloso, e o manejo dos vinhos de qualidade se destacam pela concentração e pelo respeito à tipicidade de cada uma das variedades. O microclima apresenta características muito peculiares, devido à brisa marítima que refresca o vale nos calorosos meses de verão, e a pouca chuva benéfica, que cai no inverno, longe do período da colheita, e não costuma ser acompanhada de geadas. Outra marca da região de Colchagua é a amplitude térmica no verão, isto é, diferença de temperatura entre os dias, que são quentes, e as noites frias, favorecendo o amadurecimento das uvas e agregando mais componentes térmicos às tintas. A denominação de origem da região é Valle de Rapel, Colchagua, Peralillo.
Produtor
A empresa é controlada por Domaine Barons de Rotschild (Lafite), cuja primeira providência ao investir na vinícola foi promover a renovação do plantio e a modernização da tecnologia, comprometendo-se com a produção de vinhos finos e consistentes, cuja harmonia seja compartilhada com os mais exigentes paladares ao redor do mundo. Seus principais mercados são EEUU, Alemanha, Suíça, Japão e México, entre vinte e cinco países. No Brasil, são comercializados pela Aurora importadora. O grupo francês detém mais de 50% da empresa sendo responsável direto por sua supervisão técnica. Para completar suas necessidades, a vinícola compra uvas, como Chardonnay e Sauvignon Blanc, de outros vales chilenos, como Casablanca e Curicó. O diretor-geral da vinícola é o engenheiro Claudio Naranjo Zuñiga e o enólogo é Marco Puyo. O nome Rothschild também está ligado a vinícolas de Portugal (Quinta do Carmo) e dos EEUU (Chalone Wine Group), mas, (conforme o “expert” José Maria Santana) “a julgar pelos resultados, certamente o barão Eric não se arrependeu de sua aventura chilena”…
Para a elaboração, a colheita é feita manualmente e as uvas são fermentadas em cubas de aço inoxidável com rigoroso controle de temperatura, seguindo-se extenso período de maceração ( 18 a 21 dias) e o armazenamento, ou em cubas ou em barricas de carvalho francês novo ( conforme o vinho), até o engarrafamento.
A linha básica Los Vascos é integrada pelos brancos varietais Sauvignon Blanc e Chardonnay ( com aromas delicados, acidez correta e bom final de boca), e pelo tinto Cabernet Sauvignon . Os tintos mais complexos são o Los Vascos Grande Reserva e o Le Dix, top de linha, que recebeu esse nome porque foi oficialmente lançado em 1998, quando se completavam 10 anos da presença dos Domaines Barons de Rotschild (Lafite) no Chile. A primeira edição do Le Dix trazia uvas da colheita de 1996.
O enólogo Marco Puyo conta que durante vários anos os técnicos da casa acompanharam o desenvolvimento de 100 hectares de vinhedos muito antigos, para encontrar os que apresentassem melhor desempenho para a produção de um tinto Premium. No total, apenas 18 hectares foram classificados como excepcionais, na parcela conhecida como “Los Frailes”, onde nasceu o Le Dix.

Fontes de pesquisa: www.americanas.com.br/produto/alimentosebebidas/vinhos/chile;
“Los Vascos, chilenos com sotaque francês”, José Maria Santana, in winexperts.terra.com.br/arquivos/reportagem22.html.


VINHOS DA DEGUSTAÇÃO
Los Vascos Sauvignon Blanc, 2010, 13%.
Los Vascos Cabernet Sauvignon, 2008, 14%.
Los Vascos Grande Reserva, 2007, 14 %, 100%. Cabernet Sauvignon, amadurece parcialmente por 8 a 12 meses em barricas de carvalho francês provenientes do Château Lafite, e envelhece mais de um ano em garrafa. Nos aromas, lembra geléia de frutas maduras, notas de alcatrão, tostado, chocolate e caramelo. Com boa acidez, corpo e concentração têm longa persistência final.
Los Vascos Grande Reserva, 2008, 14% (idem).
Los Vascos Le Dix, 2007, 14%, 100% Cabernet Sauvignon, vinificado apenas em anos de boa safra, faz estagio de 12 a 14 meses em barricas novas de carvalho francês e repousa mais 15 meses na garrafa. Revela nos aromas notas animais (couro), especiarias como cravo em um fundo de frutas maduras. Viva acidez, boa estrutura, taninos finos e final longo.