Em segunda prova de Pinot Noir, em 4 de abril de 2013, o associado Jorge Ducati apresentou mais seis tintos, às cegas, para onze confrades. Na ocasião, foi distribuído o seguinte texto:
Seguimos em nossa investigação sobre Pinot Noir. Relembrando a parte I (27 de setembro de 2012), “A casta Pinot Noir é uma variedade globalizada, mas diz-se que não é estável frente a variações de terroir. Ou seja, o vinho tinto da Borgonha é único, talvez incomparável e melhor, e Pinots de outros lugares são diferentes. “ Será verdade? Bem, veremos!
Desta vez, temos seis vinhos.
Três são de Oregon, Estados Unidos.
Um outro também é dos Estados Unidos, mas de uma região completamente diferente e, para Pinot Noir, atípica.
E dois vinhos são da Borgonha.

Perguntas:
1. qual o melhor vinho?
2. é possível distinguir os vinhos a ponto de identificar quais os três de Oregon, qual o coringa, e quais os franceses?
Informações sobre alguns dos vinhos:
Sokol Blosser, de Oregon: trata-se de uma propriedade tradicional (1971) fundada pela família de mesmo nome, no Willamette Valley, em cultivo orgânico. Vinícola pioneira, muito respeitada, com administradores jovens e entusiasmados, da segunda geração familiar. Pequena produção, e empresa com alto grau de sustentabilidade e responsabilidade ambiental.
Domaine Serene, de Oregon: uma das vinícolas ícones de Oregon, fundada nos anos 80 pela família Evenstad; o nome Serene é o da filha do casal. Desde o seu primeiro vinho (1990), ganhou fama (e preço) pelas repetidas altas pontuações. Também pratica uma viticultura com sustentabilidade, o que é um traço cultural na região.
J. Cacheux, da Borgonha. Este vinho já foi degustado na parte I. Vem de uma parcela próxima à RN 74, chamada Les Champs d’Argent, bem perto de Vosne Romanée, mas do outro lado da estrada, mais próximo à planície.
Os vinhos apresentados foram os seguintes (os preços em dólares referem-se a vinhos trazidos pelo apresentador, de viagens aos EUA):
1. Shaw Vineyard, PN 2007 (Finger Lakes, New York), 13º, US$ 31
2. Sokol Blosser, PN 2009 (Dundee Hills, Oregon), 14º, US$ 40
3. J. Cacheux, Les Champs d’Argent PN 2008 (Bourgogne AOC), 12,5º, R$ 103
4. Cloudline Cellars, PN 2011 (Willamette Valley, Oregon), 13,5º, US 27
5. Domaine Serene Evenstad Reserve PN 2008 (Willamette Valley, Oregon), 14,1°, US$ 67
6. J. Cacheux, Les Champs d’Argent PN 2008 (Bourgogne AOC), 12,5º, R$ 103

Identificação de terroir: boa parte dos presentes identificaram os dois franceses e também os de Oregon; ninguém identificou o vinho de Finger Lakes como sendo o coringa.
O melhor vinho: o Sokol Blosser, com 5 votos. seguiu-se o Serene, com 4 votos, e o Cloudline, com um voto. Estes três vinhos, em especial os de maior tradição (Sokol Blosser e Serene) eram mais encorpados. O Shaw, de menos corpo, também era um bom produto.
Em meio à degustação, foi informado que dois vinhos eram o mesmo vinho. Esta informação confirmou as suspeitas de alguns degustadores, e houve grande maioria de opiniões, corretas, de que as taças 3 e 6 eram o mesmo vinho, e que era um vinho francês. De fato, este vinho é bem mais leve, bem mais ácido; em suma, não é mais que um vinho, no máximo, correto, embora o preço no Brasil seja muito alto para sua qualidade.
Desta vez, a grata surpresa de que os confrades fizeram muitas identificações corretas! será um sinal de que estamos aprendendo algo?