A reunião de 12 de abril de 2012, organizada por Jorge Ducati, teve por tema “O Corte Bordalês”. O texto distribuído foi o seguinte:
Na AOC Bordeaux, as castas tintas autorizadas são seis; Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot são as mais utilizadas, mas também são autorizadas a Malbec, e a Carmenère. Sobre a presença destas duas castas em Bordeaux, encontrei algumas informações interessantes:


1737 – 1747. Many in the area did the same and the grape (Malbec) became known as Pressac Noir. Years later a Hungarian peasant by the name of Malbeck took the grape to the Medoc and it acquired the name Malbec (e como fica a história da uva amarga?). Nowadays the Bordeaux appellation with the highest percentage of Malbec under vine is the Côtes de Bourg where the grape is continuing its expansion. Examples of famous châteaux that use Carmenere are the Fifth Growth Château Clerc Milon and the Second Growth Château Brane Cantenac. The First growth Château Cheval Blanc uses a tiny amount of Malbec in its blend as do Chateau L’Enclos and Chateau Gruaud Larose (http://bordeaux-undiscovered.co.uk/blog/2011/01/bordeaux-and-malbec–a-contender-for-climate-change/)


Não há vinhos varietais em Bordeaux, com raríssimas exceções (as mais famosas são em Château Lafite: 1961, 100% Cabernet Sauvignon; 1994, 99% CS, 1% Petit Verdot). Na margem esquerda (Médoc), dominam os cortes CS/Merlot, com pequenas proporções de Cabernet Franc e Petit Verdot; na margem direita (Pomerol, St.-Émilion), há menos CS, e o Merlot domina, junto com o Cabernet Franc. As proporções variam conforme a vindima.
Nesta degustação, estudamos o corte clássico: Cabernet Sauvignon, Merlot.
São oferecido sete vinhos:
Primeira bateria:
Um CS 100%, um Merlot 100%, e um corte CS 50%, Merlot 50% feito com os dois varietais anteriores. Vindima 2009, Argentina.
Segunda bateria:
Um CS 100%, um Merlot 100%, e um corte CS 50%, Merlot 50% feito com os dois varietais anteriores. Vindima 2009, Brasil
Vinho de referência:
Corte 60% CS, 40% Merlot. Vindima 2004, Bordeaux.
Perguntas:
1. nas duas baterias, quais os cortes?
2. é possível identificar as castas nos vinhos monovarietais?
3. o vinho de referência se destaca, de alguma forma, em termos de uma tipicidade de terroir bordalês?
4. há tipicidade nos vinhos sul-americanos?
Os vinhos degustados às cegas foram os seguintes:
1. Malma, Merlot 2009 Reserva de Família (Neuquén, Argentina), 14,5º, R$ 59,00.
2. Malma, Cabernet Sauvignon 2009 Reserva de Família (Neuquén, Argentina), 14,5º, R$ 59,00.
3. O corte dos dois anteriores, CS 50%, Merlot 50%.
4. Merlot de Mariana 2009 (Mariana Pimentel, Brasil), 13,2º, R$ 25,00.
5. Omega Centauro, Cabernet Sauvignon 2009 (Mariana Pimentel, Brasil), 12,2º, R$ 25,00.
6. Cortes de Mariana “C” 2009, CS 50%, Merlot 50% (Mariana Pimentel, Brasil), 12,8º, R$ 25,00.
7. Chateau Mancèdre Cuvée du Roy 2004, CS 60%, Merlot 40% (Pessac-Léognan AOC, França), 12,5, R$ 126,65.
Poucos associados acertaram na identificação dos varietais, ou mesmo, dos cortes. Quanto à pergunta 3, houve concordância geral de que o corte brasileiro tinha grande semelhança com o corte francês, em termos de corpo e gustativo; esta constatação remeteu à pergunta 4, onde houve a percepção de que os vinhos argentinos estavam no padrão usual dos vinhos sul-americanos mais conhecidos, ou seja, argentinos e chilenos, com muita concentração e com madeira aparente.