A cepa Merlot tem suas origens na região francesa de Bordeaux, e entra na assemblage dos vinhos bordaleses em proporções variáveis, para dar uma textura aveludada; somente em em poucos casos, na França, é varietal 100%, o que torna difícil para os apreciadores saber como seria o Merlot em seu terroir de origem.
Como uma das castas globais, o Merlot é cultivado em muitos países, e para avaliar como se comporta em outras terras, o associado Jorge Ducati, em 5 de outubro de 2011, para seis associados, apresentou três vinhos Merlot europeus, e um brasileiro, para verificar se há alguma tipicidade. Os vinhos foram os seguintes:
1. Quinta da Bacalhoa, Má Partilha Merlot 2006, Vinho Regional Terras do Sado, Portugal, 14,5º, 15 euros (trazido de Portugal);
2. De Coronis, Castello di Corbara Merlot 2007, Lago di Corbara DOC, Úmbria, Itália, 14,5º, R$ 140,00;
3. Javier Asensio Merlot 2004, Navarra, Espanha, 14º, R$ 110,00;
4. Alma Única Merlot Reserva 2009, Vale dos Vinhedos DO, Brasil, 13º, R$ 36,00.

Todos os vinhos agradaram muito, mas o destaque foi para o Javier Asensio, muito delicado, elegante, um belo vinho; O Castello di Corbara, já degustado na SBAV/RS, confirmou sua alta qualidade, tem corpo, muito perfumado; o Má Partilha já é vinho mais encorpado, e embora tendo cinco anos, mostra que tem potencial para envelhecer mais um pouco; e como soi acontecer em degustações em que vários vinhos ótimos são apresentados, o produto nacional, sendo bem mais jovem, impressionou menos, pois estava sendo comparado a produtos já bem prontos para beber; mas numa análise mais objetiva (dentro dos limites do possível numa degustação!), a Alma Única está fazendo ótimos vinhos, e os seus Merlots (tanto o 2009 quanto o 2010) são muito bons. Vinhos para comprar uma caixa e guardar!
Em síntese, os vinhos degustados apresentaram, todos, o aveludado típico da casta. A degustação foi esplendidamente acompanhada por uma massa com cogumelos (Morilles e outros!), preparada pelas confrades Jandyra e Beth. Como espumante de boas-vindas, foi servido o Copetti Brut Chardonnay (Charmat), de Encruzilhada do Sul (12,3º, R$ 35), muito bom, redondo, ou seja, em sendo brut tem algum dulçor; produto que mostra que a vocação para bons espumantes, em terras gaúchas, vai além da Serra.