A reunião da SBAV/RS de quinta-feira, 29 de junho de 2023 foi organizada por Jimenes Chimeli, junto com Andreis e Sandra, que trouxeram belos exemplares de Carmenère em degustação às cegas. Na ocasião, foi distribuído o seguinte texto:

Carmenère: Antiga varietal da Gironde, cuja primeira menção data de 1783 em Bergerac (Dordogne). Cruzamento natural entre a Cabernet Franc e a Gros Cabernet, variedade muito antiga da Gironde, que não é mais cultivada. É meia-irmã da Cabernet Sauvignon e da Merlot. Faz parte do grupo das Carmenet. Descoberta no Chile em 1994. Hoje na França existem em torno de 21 hectares de Carmenère. No Chile, a varietal chegou na metade do século 19 e foi confundida com a Merlot. Vigorosa e não muito fértil, amadurecimento tardio (no Chile a maturidade plena acontece 4 a 5 semanas após a Merlot). Colheitas precoces dão origem a vinhos com aromas herbáceos e de plantas do gênero capsicum (pimenta e pimentão). Colheitas na maturidade apenas correta dão origem a vinhos com aromas e sabores de frutas vermelhas, e, às vezes, pimenta negra ou tomate. Na maturidade plena surgem aromas e sabores de amoras e mirtilos, com notas de chocolate, café e molho shoyu (de soja), mas com baixa acidez. A maturidade plena exige a coincidência de três janelas de maturidade: a do açúcar, a do tanino e a do aroma, o que é difícil acontecer! NÃO É A PRINCIPAL UVA DO CHILE!

O DESAFIO!

  1. Qual o vinho mais antigo?
  2. Qual o vinho mais jovem?
  3. Todos os vinhos são Carmenère do Chile?
  4. Quais vinhos são da mesma vinícola e região?
  5. Há vinho da mesma safra, se positivo quais(l)?
  6. Algum vinho não é Carmenère, se positivo, qual?
  7. Qual o vinho que mais lhe agradou?

Os vinhos degustados foram os seguintes:

1, 2, 3, 4. Vertical de Marques de Casa Concha Carmenère, 2016, 2017, 2018, 2020.

5. Kenos, Cabernet Franc

6. Montgras, Carmenère Reserva Especial 2016.

Em resposta às perguntas, a maioria dos degustadores conseguiu identificar o vinho mais antigo, e não tanto, o mais jovem. O Cabernet Franc não foi identificado, nem como Cabernet nem como chileno ou não-chileno. Houve unanimidade na opinião de que não eram todos da mesma vinícola. E o melhor vinho foi o Cabernet Franc.

Resumindo, foi uma bela degustação, bons vinhos. Foi um privilégio termos uma vertical de vinhos de alta gama como os Casa Concha. Entre muitos dos degustadores havia uma certa rejeição à Carmenère, mas os bons vinhos apresentados contribuíram para suavizar esta impressão.

Como espumante de abertura, tivemos um ótimo Guatambu Tinto Brut Noir de Merlot, na verdade de cor não tão carregada, mais um rosé escuro. Muito bom para uma noite fria.