Cada casta de uva produz um vinho inconfundível, com os exatos descritores da cepa, ou não é bem assim? Qual o grau de confusão que um degustador pode ter, confrontado às cegas com vinhos varietais de diversas variedades? Sabe-se que o terroir, o manejo, e a elaboração, podem introduzir variações no vinho resultante, levando a um confundimento por parte do degustador. Aqui, o termo “confundimento” vem da Estatística, especialidade da confrade Jandyra Fachel, a qual organizou intrigante degustação no dia 22 de março de 2012.
A idéia foi oferecer, às cegas, vinhos varietais com características tais, que o degustador pode ter uma dificuldade especial em identificar a casta; por exemplo, um Pinot Noir típico é leve e de cor mais pálida, mas existem Pinots encorpados e bem tintos; ou um Syrah, em geral escuro e forte, pode ser de pouca cor e pouco álcool. Os vinhos degustados foram os seguintes:
1. Cristofoli, Sangiovese 2009 (Bento Gonçalves, Brasil), 12,5º, R$ 29,00
2. Brunello de Mariana 2009 (Mariana Pimentel, Brasil), 11,4º, R$ 25,00
3. Quinta Santa Maria, Pinot Noir n/s (Videira, Brasil), 13,8º, R$ 65,00
4. Almaúnica, Syrah Reserva 2010 (Bento Gonçalves, Brasil), 13,5º, R$ 52,20
5. Castello di Corbara, Sangiovese 2009 (Úmbria, Itália), 13,5º, R$ 42,40
Os dez associados presentes tiveram as informações: são três vinhos de mesma casta; os outros dois vinhos são de duas castas diferentes; e há um vinho do Velho Mundo. Perguntava-se quais os vinhos da mesma casta, qual o do Velho Mundo (que poderia ser, em princípio, o mais “típico”); e qual o melhor vinho.
Como os três Sangiovese diferiam muito em corpo, não havia uniformidade interna ao grupo, e não houve acertadores; igualmente, o Pinot Noir era muito tinto e encorpado, diferindo muito do padrão da Borgonha; somente o Syrah mantinha algo da tipicidade da casta. O resultado é que houvo poucos acertos, no cômputo geral. Todos os vinhos agradaram, com destaque para o Syrah da Almaúnica, um belo vinho.