Os vinhos de Cahors sempre tiveram a fama de serem o berço da casta Malbec, tão bem adaptada, posteriormente, na Argentina. Na França, os graus alcoólicos e a concentração nunca foram muito elevados, e por isto, talvez, os Cahors perderam um pouco de seu prestígio entre nós. Mas álcool e extrato não são sinônimos de qualidade…e quem busca algo de equilíbrio e elegância pode preferir os Malbec franceses. Isto, é claro, se forem bons. Felizmente, na região do Lot também ocorre o que temos observado em outras regiões francesas. Após o susto pelo aumento de importações do Novo Mundo, os produtores franceses esforçaram-se em melhorar a qualidade. Os resultados, desta vez, vemos nestes Malbecs. E isto graças aos confrades Carla Porto e Jaime Oliveira, que foram lá, se lembraram dos confrades, e trouxeram belos vinhos. Numa noite memorável, onze associados provaram estes néctares:
1. Château Lagrézette, Cuvée Marguerite, Malbec blanc brut (Caillac, Lot), 13°. Excelente espumante, muito equilibrado na acidez e dulçor. Degustado com torradinhas de foie gras d’oie…
2. Pieron, P.&O., Latitude 44 2012, Malbec rosé, Côtes du Lot IGP, 13,5°. Cor rosa “pink”, surpreendente, seco e frutado ao mesmo tempo, imagine-se no verão!
3. G. Vigoroux, Pigmentum 2012, Malbec rosé, Vin du Pays du Lot, 13°. Mesma cor deslumbrante, igualmente excelente.
4. Château de Chombert 2008, Cahors AOC (85% Malbec, 15% Merlot), 13,5°. Muito bom, sem excessos, agradável, ou seja, equilibrado.
5. Château de Gaudon 2011, Cahors AOC (80% Malbec, 15% Merlot, 5% Tannat), 13,5°. Ainda melhor.
6. Château Lagrézette Cru Exception 2005, Cahors AOC, 14°. Vinho perfeito. Madeira discretíssima, força no equilíbrio. Melhor vinho da noite entre um conjunto que nos faz ter vontade de ir à região produtora imediatamente.
Et puis, voilà! Como diz um confrade, “somos privilegiados”, em especial por termos confrades que trazem estas especialidades que por aqui são raras!