As castas Merlot e Cabernet Franc são típicas da região de Bordeaux, e dali se difundiram pelo mundo. Em Bordeaux, fazem parte do clássico corte bordalês, e é raríssimo ser encontrado como varietal puro. Ambas castas, cada uma à sua maneira, agregam algo de veludo aos cortes. O Merlot teria um frutado e uma maciez que a distinguiria do Cabernet Franc, o qual agregaria elegância e tons de pimenta e tabaco, entre outros, aos cortes com Cabernet Sauvignon. A pergunta é se, como varietais, são facilmente distinguíveis. Ainda mais a nível internacional, onde entra a variabilidade de terroir, já não desprezível na região de origem. Bem, vamos ver!

Em degustação às cegas, em 29 de agosto de 2013, para nove associados, o confrade Jorge Ducati trouxe cinco vinhos:

1. Château La Vaisinerie, Quercus, Puisseguin-Saint-Émilion 2006 (91% Merlot, 9% Cabernet Franc), 12,5°, R$ 100;

2. Shingle Peak, Merlot 2006 (Matua Valley, N.Z.), 12,5°, R$ 90;

3. Alto de la Ballena Cabernet Franc 2008 (Maldonado, Uruguai), 14°, R$ 65;

4. Bettú Cabernet Franc 2003 (Garibaldi, RS), R$ 90;

5. Atelier Tormentas, Fulvia Cabernet Franc 2010 (Campos de Cima da Serra, RS), 12°, R$ 140.

Perguntou-se quais eram as garrafas de cada casta, sendo informado que havia um corte 90-10. Depois foi informado que havia só um Merlot.
Os resultados foram informativos sobre a semelhança das castas, frente a variações de terroir, estilo, e idade. Somente, e muito propriamente, o confrade Raul Milani, como Chevalier du Tastevin, acertou as identificações. Os vinhos estavam realmente semelhantes.

Destaques e comentários: todos os vinhos estavam muito bons. O melhor vinho, por votação quase unânime, foi o Bettú; com dez anos, equilibrado, perfeito, muito agradável. O Ballenas estava muito bom, com alguns tons de madeira.
O Tormentas estava bom, e surpreendeu muitos pelo aroma de cravo e pimenta, bem marcado; na boca, era diferente; ou seja, um vinho atípico. Um confrade comentou que, talvez devido ao fato de que não tinha sulfitos na elaboração, poderia ter algo de voláteis. Mas a maioria dos convivas não os encontrou. A continuar a pesquisa sobre estes vinhos originais.
Como espumante de boas-vindas, provamos o excelente Charlotte, elaborado pela Pizzato para a importadora Hannover, de nosso amigo Niels Bosner. Sem dúvida, um dos melhores espumantes de nossa Serra.