A degustação das Quintas de 8 de novembro de 2018 foi organizada pelo confrade Jorge Ducati, que apresentou quatro vinhos trazidos da Espanha, por ocasião do congresso Terroir 2018, realizado em Zaragoza, na região de Aragón. Esta região está localizada entre a capital Madrid e os Pirineus, e conta com quatro sub-regiões: Calatayud, Campo de Borja, Cariñena, e Somontano. É uma região relativamente árida e pouco povoada, com verões muito quentes. A viticultura tradicional, com plantas muito antigas conduzidas no método de “gobelet” está sendo aos poucos substituída por vinhedos em espaldeira. Mas ainda há muitos vinhedos antigos, que agora tendem a ser preservados não obstante os rendimentos muito baixos. Além da casta tradicional, a Garnacha, novos vinhedos contam com castas estrangeiras, como a Syrah e outras.
Os vinhos tendem a ser encorpados, mas há muitas variações, tanto nos tintos como nos brancos.
Nesta degustação foram apresentados um vinho de cada região, a saber:
1. Bodegas y Viñedos de Jalón, Claraval Syrah 2016 (região Calatayud D.O.), 14°, 10 euros.
2. Bodegas Román, Portal de Moncayo Pasión Garnacha 2013 (região Campo de Borja D.O.), 15°, 8,15 euros.
3. Grandes Viñas y Viñedos, Monasterio de Las Viñas Reserva 2012 (Garnacha, Tempranillo, Cariñena; região Cariñena D.O.P.), 13,5°, 12,01 euros.
4. Viñas del Vero, Gran Vos Reserva 2011 (Cabernet Sauvignon, Merlot, região Somontano), 14°, 17,46 euros.

Vinhos muito bons, foi uma surpresa saber que Aragón produz estas belezas. Pena que praticamente não chegam no Brasil. O vinho de Calatayud foi por muitos considerado o melhor, um Syrah de corpo médio e extremamente agradável. O segundo vinho e o terceiro são parecidos, talvez pela presença da Garnacha nos dois, na boca apresentaram uma semelhança com os vinhos de Rioja e talvez com certos Bordeaux, talvez devido ao corpo médio. E o Somontano, com castas francesas, agradou muito, vinho mais encorpado.
Como espumante de boas-vindas, tivemos um Carvalho Branco, feito de Chardonnay dos vinhedos do pesquisador Murilo Albuquerque Regina, mentor dos vinhos de inverno da Serra da Mantiqueira. O nome “Carvalho Branco” vem do nome de família “Albuquerque”, ou seja “Albis Quercus”, ou branco carvalho. Espumante muito bom, sinal inequívoco que o Sul de Minas já desponta como uma nova e muito boa região vitivinícola brasileira.