Em 8 de agosto de 2018 a SBAV das Quintas pôde conhecer os vinhos da Thera, graças ao confrade Niels Bosner, que visitou a vinícola recentemente e trouxe seus produtos. Trata-se de um empreendimento em Bom Retiro, a 90 km de São Joaquim. Apreciadores mais antigos certamente lembram dos primeiros vinhos da Villa Francioni, nos idos de 2005, incluindo um Chardonnay não safrado, com passagem por madeira, chamado “Lote 1”. Consta que este vinho foi elaborado com uvas dos vinhedos da família na Fazenda Bom Retiro, sendo que a maior parte dos vinhedos da Villa Francioni ficam próximos a São Joaquim. Após um tempo de relativo abandono, e no quadro de uma reorganização das propriedades da família Freitas, estes parreirais de Bom Retiro ficaram com João Paulo, filho primogênito de Manoel Dilor de Freitas, o qual reorganizou a propriedade. Surgem então os vinhos Thera, assim chamados em homenagem à D. Therezinha, esposa de Dilor. Os vinhos que ora provamos, relacionados a seguir, foram elaborados na Villa Francioni, salvo menção em contrário:
1. Thera, Auguri Brut (Pinot Noir, Chardonnay, Riesling Itálico), 12,5°. Elaborado pela Dommo, de Garibaldi, RS. Note-se que este corte é típico da Serra Gaúcha, pela presença do Riesling Itálico. Bom espumante, talvez com pouca acidez. Não ficou claro se as uvas são efetivamente da Serra Catarinense.R$ 98.
2. Thera Sauvignon Blanc 2016, 12,5°. Muito bom, expressivos tons de goiaba e frutas tropicais, muito típico. R$ 99.
3. Thera Chardonnay Lote 1, 12,5°. Também muito bom, talvez menos típico em termos da casta, mas segundo alguns confrades ainda apresentando tons amanteigados. Note-se que a vinícola volta a adotar a denominação de lotes, não informando a safra. R$ 99.
4. Thera Rosé, 12,5°. Sem informação de castas e safra. Vinho de cor tendendo para o rosa pálido ou mesmo gris, em garrafa de formato típico dos rosés provençais, a garrafa “pin-up” (termo usado por nosso saudoso amigo Gerard Durand). Ótimo rosé, sabor mais neutro mas agradável, bebe-se muito bem. R$ 118.
5. Thera Madai Lote 1 (Merlot, Cabernet Franc, Malbec, Syrah), 13°. Vinho tinto, como se vê, não safrado e com a denominação de “lote”. Não há informação sobre o significado da palavra “Madai”. Bom tinto, com notas típicas de muitos vinhos da Serra Catarinense (mas não todos), ou seja, com menos corpo, elegante, taninos discretos. Ficamos curiosos sobre como irá evoluir. R$ 100.
Como último comentário: os preços. São muito altos. Temos notado muito esta tendência em vinhos de novas vinícolas brasileiras, e já no lançamento dos primeiros produtos. Deve ser uma mistura de pretensão e estratégia de mercado. Em todo o caso, mais a lamentar do que elogiar.