Por ocasião de viagem a Montevideo, a serviço, encontrei-me com o enófilo Ricardo Sánchez, integrante do grupo que recentemente realizou viagem enogastronômica à Espanha, da qual participou nosso presidente Paulo Mazeron.
A convite do Sr. Sánchez, tive a honra de participar de interessante degustação, em 11/10/2006, realizada no restaurante La Spezia. A reunião ocorreu em sala reservada, com a presença de quatorze enófilos pertencentes a dois grupos (Colomé e Enotria). Os vinhos, da cepa Merlot, foram degustados às cegas, acompanhados de pão, água e fichas de degustação qualitativa (sem notas). Ao final, foram servidas entradas quentes e após, prato de massas. A degustação transcorreu em clima ao mesmo tempo muito alegre e de concentração degustativa, com notório esforço de análise dos vinhos. Cada enófilo trouxe seu próprio conjunto de taças (padrão OIV), em caixas de madeira. A atividade foi muito enriquecedora, tanto pela hospitalidade dos irmãos orientais, quanto pelo ganho de percepção de como operam outros grupos enófilos. Os vinhos degustados, todos de preços até dez dólares (1 USD = 24 pesos uruguaios), foram os seguintes, já na ordem de preferência:
1. Del Pedregal Prima Donna, H. N. Stagnari 2004, 14%, 145 pesos, Canelones, Uruguay. Belo vinho.
2. Newen, Bodegas del Fin del Mundo 2004, 14%, 230 pesos, Patagonia, Argentina. Em minha opinião, porém (e de uma minoria), o vinho estava estragado, aroma e sabor de terebentina.
3. Casillero del Diablo, Concha y Toro 2004, 13,5%, 198 pesos, Chile.
4. Carrau Reserva 2003, 13%, Canelones, Uruguay.
5. Pisano RPF 2004, 14%, 240 pesos, Canelones, Uruguay.
6. Bouza 2004, 13,5%, 185 pesos, Canelones, Uruguay (em minha opinião, um dos melhores).
Ao final, foi servido um Casa Lapostolle Merlot 2003. À semelhança de outros dois Lapostolles similares servidos na SBAV/RS (um CS, outro Merlot idêntico), o vinho não suscitou maiores entusiasmos, o que faz pensar que talvez esta linha esteja sendo superavaliada.