Para muitos enófilos, a diversidade dos vinhos está ameaçada por uma certa “mundialização” de algumas cepas, processo este que favorece muito o Cabernet Sauvignon. Outros consideram que a diversidade permanece, e está mesmo no interior de cada cepa, Cabernet incluído, devido aos fatores de terroir, clone, manejo, e elaboração; neste caso, características ditas “típicas” de uma variedade tornam-se, então, tênues. Para testar estas teses, os associados Jorge Ducati e Jandyra Fachel apresentaram, em 25 de fevereiro de 2010, em degustação às cegas, para seis associados, quatro vinhos, fornecendo quatro informações: são vinhos de quatro cepas, de dois países do Novo Mundo, três cepas são pouco comuns, e a quarta cepa é Cabernet Sauvignon. Tratava-se de identificar qual é o CS, e discutir quais seriam os países. Durante a prova, houve a opinião unânime de que eram vinhos muito bons, equilibrados e não-carregados, semelhantes em sua diversidade. Somente um degustador acertou a indicação do Cabernet. Os vinhos foram os seguintes:

1. Fanucchi, Old Vine Zinfandel 2005, Sonoma, USA, 15,4º, R$ 35,00

2. Fox Brook, Cabernet Sauvignon 2006, Sonoma, USA, 12,5º, R$ 30,00

3. Juanico, Don Pascual Marselan Reserva 2007, Canelones, Uruguay, 13,8º, R$ 36,00

4. Gimenez Mendez, Arinarnoa Alta Reserva 2007, Canelones, Uruguay, 13º, R$ 49,00

O Cabernet, muito bom, não foi julgado um “Cabernet típico”, o que traz à lembrança recentes discussões na OIV sobre “onde acabam os clones em uma variedade, e começa outra variedade”. Destacou-se o Zinfandel, por sua elegância, justamente uma cepa regionalizada e emblemática, de um país tão associado com a mundialização…