Em 17 de outubro de 2019, a SBAV das Quintas teve uma reunião organizada pelo confrade Jorge Ducati. Na ocasião, foi distribuído o texto que segue.
A tipicidade de um vinho: conjunto de características sensoriais que dão ao vinho um caráter único, típico, portanto, frequentemente considerado como sendo associada a um local, uma região, com menor frequência a uma variedade: “este vinho é um típico Borgonha”, “este vinho é um típico Merlot”.
Nesta degustação, teremos vinhos da casta Sangiovese, típica da região do Chianti, na Toscana. Sangiovese, “sangue de Júpiter”, o deus Jove dos romanos.
A casta Sangiovese, na região do Chianti, gera vinhos de cor de moderada a densa, acidez de média a alta, e taninos que nos vinhos jovens são um pouco rascantes. Álcool também moderado. Deste conjunto de descritores depreende-se que os Chiantis são vinhos de guarda média, se bem que alguns, de certos clones (como o Sangiovese Grosso do Brunello), podem ser de muito longa guarda.
Nesta degustação, será servido primeiramente um Chianti, para informação de tipicidade. Depois, às cegas, o Chianti será servido junto com mais dois Sangiovese do Novo Mundo, para comparação e verificação de tipicidade.
Os vinhos:
– Caligiano Badia di Morrona 2012 (Chianti, Itália), 13,5°
– Mincarone, Sangiovese 2017 (Porto Alegre, uvas da Serra Gaúcha), 10,5°
– Taffarel, Cave Antiga Sangiovese 2012 (Farroupilha, Serra Gaúcha), 11,5°
Como resultado da degustação, em sua segunda parte, 60% dos associados tiveram dificuldades em reconhecer o vinho italiano em sua tipicidade, sendo confundido com o belo vinho do Taffarel.
Por outro lado, o vinho Mincarone mostrou-se muito diferente dos outros dois, com pouca cor e pouco corpo. Nota-se o pouco grau alcoólico dos dois vinhos gaúchos; talvez seja pelas dificuldades em cultivar a Sangiovese no Rio Grande do Sul devido à sensibilidade da casta às doenças e a resultante necessidade de colher cedo, mesmo em anos ótimos como 2012.