A Tempranillo, casta ícone da Rioja, também está presente em outras regiões espanholas, como Ribeira del Duero e Toro. Diz-se que o nome vem da tendência a amadurecer antes de outras variedades. Na Espanha tem outros nomes (Tinta del Pais,Tinta de Toro, Ull de Liebre,…), e em Portugal, é conhecida, também entre outros nomes, como Tinta Roriz. Vinho frequentemente engarrafado como varietal na Espanha, em terras luzas a uva está presente em cortes com outras castas autóctores, e muito raramente como varietal puro. Por isto, é difícil saber como é um vinho português de Tinta Roriz (assim como é difícil saber como é um Bordeaux de Cabernet Sauvignon puro). Mesmo dentro da Espanha, as variações de terroir e de métodos podem, e devem, impor variações nas percepções sensoriais. Há um Tempranillo típico, distinguível e identificável? esta foi a pergunta feita a dez associados, em degustação de 20 de outubro de 2011, organizada por Jorge Ducati, às cegas na ordem de serviço, mas já informando-se quais eram os vinhos:
1. Donzel Reserva 2005 (Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Francisca), Douro, 13°, R$ 51,30;
2. Viña Sastre Crianza 2007 (Tinta del Pais 100%), Ribera del Duero, 13°, R$ 116,10;
3. Sierra Cantabria Crianza 2005 (Tempranillo 100%), Rioja, 14°, R$ 93,60;
4. Taurus Crianza 2005 (Tinta de Toro 100%), Toro, 14,5°, R$ 87,30;
5. Pinalta 2006 (Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca), Douro, 14°, R$ 85,50.
Sendo uma degustação parcialmente às cegas, mesmo assim foi difícil identificar claramente os Tempranillos puros, o que somente dois associados conseguiram. Dentre um conjunto de ótimos vinhos, os melhores foram, na ordem, o Taurus e o Donzel. A conclusão é que as diferenças de terroir e de métodos dominam sobre os fatores sensoriais intrínsecos.
O espumante de boas-vindas, desta vez, foi um Don Laurindo Brut, de Malvasia de Candia. Bom produto, com o aroma característico desta casta, bem adaptada na Serra Gaúcha.