A reunião das Quintas da SBAV de 13 de julho de 2017 teve por tema “Os quatro Pouilly”, organizada pelo confrade Jorge Ducati, a partir de vinhos trazidos de recente viagem à região produtora na França, complementada no comércio local porto-alegrense. Na ocasião, foi distribuído o seguinte texto:
A palavra “Pouilly” possivelmente tem origem no latim “pauliacum”, da época romana de ocupação da Gália, significando “estrada”. Desta maneira, diversos locais na França moderna têm este nome, e em dois deles há uma produção significativa de vinhos. Um fica na Borgonha, e outro na Loire. Em torno da localidade de Fuissé, na Borgonha, são produzidos três vinhos “Pouilly”, todos da uva Chardonnay. Os “villages” são Fuissé, Loché e Vinzelles. De longe, o Pouilly-Fuissé é o mais conhecido, por ter produção muito maior. Os outros dois são raridades. Toda a região está próxima à Rocha de Solutré, feição geológica com uma longa história de presença humana. A paisagem verdejante e de colinas lembra o Vale dos Vinhedos, mas é claro que o clima é bem mais frio. Os vinhos tendem a ser secos e frutados, em comparação com os da Borgonha mais ao norte, mas há variações.
Para oeste, na Loire, já passamos nos vinhos brancos para o domínio das castas Sauvignon Blanc e Chenin Blanc. Em Poully-sur-Loire, temos o vinho Poully-Fumé, de Sauvignon Blanc. Aqui, “fumé” expressa tanto o pó branco (fumaça) que cobre os grãos de uva, quanto o bouquet de pedra de fuzil característico de alguns destes vinhos.
Recentemente, na Califórnia, vinhos de Sauvignon Blanc que passaram por barricas têm sido chamados “Fumé Blanc”, em alusão aos vinhos similares da Loire.
Nesta degustação, teremos a rara oportunidade de degustar os quatro Pouilly, a saber:
1. Marcel Couturier, Pouilly-Loché Vieilles Vignes 2014, 13,5°. Preço: 24 euros.
2. Les Grandes Crus Blancs, Pouilly-Vinzelles 2015 Les Quarts, 14,5°. Preço: 9,90 euros.
3. Roux, Pouilly-Fuissé 2012, 13°. Preço: 162 reais.
4. Gitton, Pouilly-Fumé 2015 Clos Joanne d’Orion, 14°. Preço: 152 reais.
Todos estes vinhos estavam excelentes. Os Chardonnay tinham tons minerais, secos; muito equivalentes na fruição, talvez algum destaque para o Loché. Já o da Loire, completamente diferente, frutado discreto, atraiu as preferências de muitos confrades como, talvez, o melhor da noite. Será? com vinhos deste nível, escolher o melhor é tarefa difícil e, mesmo, desnecessária.