Relatório da reunião da SBAV, Grupo Temático das Segundas-feiras, de 9 de outubro de 2017, apresentado pela confrade Valéria Gutjahr.

Finalizamos ontem a região do DOURO com uma excepcional apresentação do casal Jaime e Nilva! Com quitutes deliciosos (Folar de bacalhau, típico pão português, e Toucinho do Céu acompanhado de um excelente Porto Churchill’s 10 anos Tawny) feitos com carinho pela Nilva, tivemos uma noite memorável.
Começamos com um maravilhoso Champagne Taittinger que o Vladimir e o Eduardo nos ofereceram! Abertura dos “trabalhos” com toda categoria e para coroar a agradável convivência entre todos, pois ambos agregaram muito ao nosso grupo!

Com a definição da região demarcada no mapa vitivinícola português, Jaime expôs ainda sobre o impacto do vinho desta região na história, cultura e existência dos habitantes do Douro, onde é produzido há pelo menos 2000 anos!
Segundo consta, a animosidade entre a Inglaterra e a França no século XVII fez com que aquela bicotasse ou, mesmo, sobretaxasse os vinhos franceses, concedendo, assim, vantagens de negócios aos portugueses; em substituição ao clarete francês, o vinho do Porto logo caiu no gosto dos ingleses e, com a sua fortificação a partir do século XIX com vistas a suportar a viagem marítima até a Inglaterra, teve seu desenvolvimento pleno a partir de então.
Não obstante os vinhos fortificados, o Douro guarda verdadeiros tesouros também dentre os vinhos secos e tivemos uma bela oportunidade de apreciação neste sentido. Destaque-se que a busca por melhor qualidade em tais vinhos vem ocorrendo nas últimas décadas.
A proposta de degustação da noite incluía apontar o vinho “mais velho”, tarefa que foi devidamente cumprida por todos os presentes!
Vamos às preciosidades:
1° vinho apresentado: QUINTA VALE D. MARIA 2004 – Produtor Lemos&Van Zeller Ltd, DOC Douro, 14,5% – Blend de 41 castas – Enólogo Cristiano Van Zeller (R$ …… – Importadora World Wine, mas oriundo da adega do Jaime e oferecido gentilmente pelo casal apresentador: O NOSSO MUITO OBRIGADO!!!!); Melhor colocado dentre os três e identificado pela totalidade dos confrades com sendo, igualmente, o mais velho!
2° vinho apresentado: QUINTA DA GAIVOSA 2011 – Produtor Domingos Alves de Souza, 14,5% – Touriga Nacional, Tinto Cão, Touriga Franca, dentre outras (blend de 20 castas autóctones da região do Douro, proveniente de vinhas velhas com mais de 80 anos) – (R$ 349,00 – adquirido na Decanter) 3° Colocado na opinião dos confrades.
3° vinho apresentado: PASSADOURO 2010 – Produtor Quinta do Passadouro, 14% – 25% Touriga Franca, 25% Tinta Roriz e 10% de vinhas velhas com a mistura de variedades trandicionais do Douro – Enólogo José Seródio Borges (R$ 170,00 – adquirido no Restaurante Pampulhinha); 2° Colocado na opinião dos confrades.
4° vinho apresentado: CHURCHILL’S 10 anos – Tawny – Produtor Churchill Graham Ltd, 19,5% – tem em sua composição Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinto Cão, Tinta Barroca, Touriga Franca e Tinta Francisca (R$ 220,00 – adquirido na Importadora Grand Cru).
Notem que dentre as regiões de Portugal, o Douro é uma das que mais realiza “blends” com uma grande quantidade de castas em seus vinhos secos, característica provavelmente oriunda do estilo de vinificação/composição utilizado para os vinhos fortificados.