Para os apreciadores de vinhos, a fruição quotidiana (o autor do texto ia escrever “consumo quotidiano”, mas… vinho não se consome; vinho se aprecia, se frui) deve seguir um equilíbrio entre a qualidade e o investimento financeiro. Mesmo quem tem recursos ilimitados não deve, em princípio, tomar grandes vinhos todos os dias, pois há perigo de dissipação do prazer. Por isto, há mérito em buscar-se os chamados “vinhos de boa relação custo-benefício”, os quais são encontrados a partir de um conhecimento do que é ofertado no mercado.
Em reunião de 18 de julho de 2013, o confrade Paulo Mazeron trouxe alguns exemplares destes vinhos, para apreciação às cegas. Segue seu relatório:
Nesta reunião foram degustados cinco vinhos rigorosamente às cegas. Os participantes da reunião foram informados no início, que todos os vinhos eram da uva Cabernet Sauvignon, e procedentes da América do Sul, sendo um deles do Brasil. Foi solicitado a cada um dos participantes indicar quais, em seu entender, os vinhos de maior categoria, quais os mais inferiores, e qual o nacional.
Depois de coletados os resultados da avaliação, foi então revelada aos participantes, a relação dos vinhos degustados, com os respectivos preços, a saber:
1. Manso de Velasco, Viejas Vinas – Chile 2007 – 14%, R$ 198,00;
2. Salton Talento (corte com Merlot e Tannat) – Brasil 2007 – 13%, R$ 64,90;
3. Costa Vera – Chile 2012 -13 %, R$ 10,90;
4. Concha y Toro, Gran Reserva Ribera del Tinguiririca – Chile 2011- 14,5 %, R$ 63,90;
5. La Hacienda – Uruguay 2011 – 12%, R$ 10,90;
Como se observa, os vinhos situavam-se em diferentes faixas de preços, sendo o de preço mais elevado, 18 vezes mais caro do que os dois de menor custo!
Os resultados da avaliação apontaram como melhores vinhos o Manso de Velasco e o Salton, e como mais inferiores o La Hacienda, e o Costa Vera, (exatamente os de custo mais baixo); este último, porém, ficou empatado com o Gran Reserva Concha y Toro. Quanto ao vinho nacional, ninguém conseguiu identificar.
Merece destaque especial, a avaliação positiva obtida pelo nosso Talento da Salton. Coincidentemente, na mesma data, este vinho foi escolhido como o que será servido ao Papa Francisco, em sua visita ao Brasil. (Não surpreende assim que nenhum dos participantes o tenha indicado como nacional…).