O estilo, e o terroir. Um Terroir contém Forças da Natureza que induzem estilos de vinificação. Será mesmo? Por exemplo, a fermentação de Pinot Noir com engaços em tanques abertos, praticada por muitos vignerons na Borgonha, é uma prática, ou um estilo, que conduz à tipicidade de certos vinhos da Côte d’Or. O clima local permite esta prática, que seria desastrosa alhures. E os vinhos da Argentina e Chile? o clima local, em Mendoza ou nos valles chilenos no entorno de Santiago, permite levar as uvas àquela maturação extrema que por sua vez permite um estilo, o das concentrações que conhecemos nos vinhos destes países. E dentro deste estilo há nuances, que são as propostas das bodegas para definir sua gama de produtos.
Pois bem. A busca de equilíbrio, possível nos produtos diferenciados, pode gerar boas surpresas. Foi a proposta da degustação organizada pelo confrade Paulo Krombauer, que em 15 de maio de 2014 apresentou para oito confrades os seguintes vinhos:
1. Luigi Bosca, Malbec 2008, Lujan de Cuyo, 14,4°, R$ 68,00;
2. Serie Terra Malbec Roble 2011, Mendoza, 14,2°, US$ 17;
3. Viña Concha y Toro, Serie Riberas Cabernet Sauvignon Gran Reserva 2010, Ribera de Tinguiririca, Marchigue, 14,5°, US$ 18;
4. Alta Vista Premium Malbec 2009, Mendoza, !5°;
5. Pericó, Basalto 2008, Cabernet Sauvignon 60%/Merlot 40%, São Joaquim, 13,5°, R$ 52,00.
Todos vinhos muito bons, que acompanharam à maravilha o pernil de Mariana Pimentel oferecido pela nova coordenadora das Quintas, Jandyra Fachel.
Bons, porque buscavam o equilíbrio, afastando-se dos excessos de madeira e extrato. E nisto, os quatro primeiros vinhos assemelhavam-se em estilo, decorrente da semelhança climática e quem sabe até de terroir em sentido mais amplo. Separados portanto do corte da Serra Catarinense, que buscava os descritores das castas, aqui mostrando o pimentão/pirazina típico do Cabernet, exacerbado em altitude (1300 m em São Joaquim!).
Uma bela lição de terroir e de suas consequências.