Na degustação de 14 de novembro de 2019, pudemos conhecer alguns vinhos de altitude da Serra Catarinense, trazidos no colo pelos confrades Renato e Socorro, por ocasião de sua viagem ao Estado vizinho. A partir das iniciativas pioneiras do início dos anos 2000, pela Quinta da Neve e Villa Francioni, a região de São Joaquim e outras terras altas tiveram um desenvolvimento extraordinário na produção de vinhos de qualidade e sob muitos aspectos únicos. A chegada mais precoce do outono, em comparação com outras regiões como a Serra Gaúcha, tem um impacto na maturação das uvas de variedades mais tardias, levando a uma diferenciação nos vinhos locais. A vocação da região parece estar nas variedades precoces, como Pinot Noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc, e diversas variedades italianas também precoces.
Os vinhos degustados foram os seguintes:
- Thera, Auguri champenoise brut, 12,5°. Belo espumante da Thera, de Bom Retiro, corte de Chardonnay (65%), Pinot Noir (21%) e Riesling Itálico (14%), excelente. Empreendimento animado por João Paulo Freitas, filho do pioneiro Dilor Freitas da Villa Francioni, e implantado na área dos antigos parreirais de Chardonnay do histórico Lote 1, que deu origem os Chardonnays barricados no país.
- Leone di Venezia, Garganega 2017, 13,4°. Belo vinho branco produzido na vinícola de Saul Bianco, especializada em castas italianas. Lembra bastante os brancos desta casta da região de origem de Soave, no Vêneto.
- Hiragami, Torii Merlot 2014, 12,7°. Vinhedo a 1427 metros de altitude, implantado por tradicional produtor de maçãs da região. A impressão geral é de não é um Merlot típico, apresentando alguns toques amargos. É um vinho muito bom, embora tenha sido prejudicado na degustação pelo confronto com os outros vinhos, considerados bem melhores.
- Vivalti, t.rroá Cabernet Sauvignon 2015 #1315, 13°. Proveniente de vinhedos localizados em altitudes acima de 1310 metros. Vinho muito bom, notando-se que quase não se sentiram os toques de pirazina tão típicos dos CS de altitude.
- Leone di Venezia, Palazzo Ducale 2016, 13,1°. Corte de Sangiovese, Primitivo, Nero d’Avola e Rebo, dos parreirais de Saul Bianco a 1280 metros de altitude. Considerado por muitos confrades como o melhor da noite, vinho redondo, equilibrado.
- D’Alture, Montepulciano Reserva 2017, 15°. Belo vinho produzido no empreendimento do empresário Don Roberto Chavez, de origem boliviana, vinícola boutique voltada ao enoturismo. Para alguns dos degustadores, um pouco doce.