A reunião da SBAV/RS de 27 de outubro de 2023 teve como tema “Chianti e Sangiovese”, com a presença de dez confrades. Na ocasião foi distribuído o seguinte texto:
Por Chianti subentendem-se vinhos tintos elaborados na região do Chianti, na Toscana central (excluindo, portanto, a Toscana Marítima) e que seguem normas determinadas. Após um período de má fama por falsificações, excesso de produção e falta de controle, ilustrado pelas garrafas bojudas envoltas em palha ou vime (o “fiasco”), os Chianti voltaram a ter melhor qualidade por ação dos consórcios de produtores. Tradicionalmente eram vinhos de corte, com ao menos 70% de Sangiovese mais a tinta Canaiolo, além das brancas Malvasia e Trebbiano, o que contribuía para sua coloração mais leve. Atualmente as regras são mais específicas, e para um Chianti ser DOCG (Denominazione di Origine Controlata e Garantita), além de satisfazer regras estritas, deve ser produzido em uma destas regiões: Classico (área entre Florença e Siena), Colli Aretini, Colli Fiorentini, Colline Pisane, Colli Senesi, Montalbano, Montespertoli e Rufina. Desde 1996 o “blend” para Chianti DOCG deve ter no mínimo 80% de Sangiovese (podendo ser 100%), até 10% Canaiolo, e até 20% de outras castas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah (usadas para dar mais maciez; após décadas de resistência e fraudes, castas francesas como estas tornaram-se muito presentes nos vinhos da região). A Toscana produz outros vinhos além do Chianti, como Brunello de Montalcino, Vino Nobile de Montepulciano e Carmignano (os três de/com Sangiovese), além de brancos e dos super-toscanos. Esta noite teremos uma seleção de Chiantis, além de um tinto brasileiro 100% Sangiovese, a saber:
- Castellani, Chianti DOCG 2020, 12°. Um Chianti mais básico, típico, bom vinho. R$ 70.
- Villagio Bassetti, Roberto Sangiovese 2018, 13,2°. Excelente vinho, nota-se a qualidade da vinícola da Serra Catarinense. Para metade dos degustadores, o melhor da noite. R$ 189.
- Palagetto, Chianti Colli Senesi DOCG 2018, 13,5°. Ótimo vinho desta vinícola próxima a San Gimignano. R$ 100.
- Dievole, Chianti Classico DOCG 2018, 13,5°. Junto com os vinhos 1 e 3, formou o grupo “uniforme” da noite, ou seja, são três vinhos semelhantes no estilo Chianti. R$ 327.
- Brancaia, Chianti Classico DOCG Riserva 2020, 14°. Um vinho mais potente, de mais cor. Muito bom, para metade do grupo foi o melhor da noite. R$ 432.
Como espumante, tivemos um Valmarino Sur Lie Nature Rosé (50% Sangiovese, 50% Pinot Noir) 2018, 12° (Pinto Bandeira, Serra Gaúcha). Muito bom, numa noite “Sangiovese”. R$ 130. Ainda tivemos, para rematar, um Rosé de Mariana (Brunello/Sangiovese 72%, Garganega 28%) 2022, dos vinhedos de Jorge Ducati e Jandyra Fachel em Mariana Pimentel, Serra do Sudeste.