Em reunião para quatorze degustadores, realizada em 1° de dezembro de 2016, os confrades Ducati e Jandyra apresentaram vinhos elaborados a partir da quatro castas de uvas. Na ocasião, foi apresentado o seguinte texto:
Para muitos enólogos e apreciadores os procedimentos de “assemblage” (em que vinhos de diversas castas entram na composição de um vinho chamado “vinho de corte”) resultam em um vinho superior, mais complexo: por sinergia, o total é maior que a soma das partes. Bela idéia, paradigma dos vinhos de Bordeaux. É claro que os produtores da Borgonha discordam, com seus monovarietais de Pinot Noir e Chardonnay. O número de variedades de uvas pode ser grande (vinhos do Douro de velhos parreirais podem ter mais de 30 castas!). Pode-se primeiro elaborar os vinhos da cada casta e depois misturá-los, ou então misturar as uvas e fazer a chamada “co-fermentação”.
A degustação de hoje é de vinhos de quatro castas. Todos contém Cabernet Sauvignon. Um é de Bordeaux. Também há um Cabernet monovarietal, chileno clássico. Pergunta-se:
1. Qual é o monovarietal?
2. Qual é o Bordeaux?
3. Qual é o melhor vinho?
Os vinhos foram os seguintes:
1. Valmarino, Reserva de Família 2012 (Pinto Bandeira, RS- Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, 25% cada), 13,5°.
2. Almaúnica Quatro Castas 2013 (Vale dos Vinhedos, RS – Syrah 34%, Merlot 22%, Malbec 22%, Cabernet Sauvignon 22%), 13,5°.
3. O. Sèze, Château Charmail 2003 (Haut Medoc, França – Merlot 48%, Cabernet Sauvignon 30%, Cabernet Franc 20%, Petit Verdot 2%), 13°.
4. Calza, Capítulo IV, sem ano (Monte Belo do Sul, RS – Cabernet Sauvignon, Tannat, Merlot, Alicante Bouschet), 13,2°.
5. Cousiño-Macul, Antiguas Reservas Cabernet Sauvignon 2011 (Valle del Maipo, Chile), 14°.
6. Ducati, Aia de Mariana 2013 (Mariana Pimentel, RS – Cabernet Sauvignon 35%, Merlot 35%, Barbera 15%, Brunello 15%), 12°.
Todos vinhos muito bons. Quanto à identificação, houve grande confusão, como esperado. Poucos acertos, embora o monovarietal chileno fosse um CS muito típico. O Bordeaux estava muito bom, mas ficou prejudicado devido à sua delicadeza quando comparado aos outros vinhos mais possantes. A surpresa (mas nem tanto) ficou por conta dos ótimos nacionais, sendo o Almaúnica considerado o melhor da noite.
A harmonização gastronômica ficou por conta de uma excelente massa ao penne com linguiças preparada pelo “personal chef” Roberto Vianna.