Os preços dos vinhos no Brasil são altos, tanto para nacionais, quanto para importados. Para os vinhos nacionais, impostos pesados seriam a causa, junto com altos custos de produção. Quem viaja para o Exterior nota a diferença. Aliás, não se precisa ir muito longe. Em Rivera, por exemplo, cidade uruguaia de fronteira, pegada à gaúcha Santana do Livramento. Prova disto, tivemos em degustação de 14 de março de 2013, da qual participaram sete confrades. Nossa secretária social, Cristina Matos, trouxe preciosidades, degustadas às cegas. Os vinhos, todos Cabernet Sauvignon, foram os seguintes:
1. Domus Áurea 2007 (Maipo, Chile), 13,9º, US$ 46,8;
2. Terranoble Reserva 2011 (Colchagua, Chile), 13,5º, US$ 11;
3. Don Melchor 2008 (Puente Alto, Chile), 14,5º, US$ 109;
4. Angelica Zapata, Alta 2008 (Agrelo, Mendoza, Argentina), 14º, US$ 47,20;
5. Catena 2009 (Mendoza, Argentina), 13,5º, US$ 16,50.

Perguntou-se aos degustadores qual o vinho de menor destaque, e qual o melhor; e qual seria a casta. Como o quinto vinho foi servido ao final da degustação, o vinho de menor destaque foi o Terranoble, embora seja um bom produto. O Catena, ao ser servido, foi julgado como ainda de menor brilho. Destas opiniões, surge a percepção, aliás já conhecida, que quando há vinhos muito bons, os menos bons perdem todo seu lustro. Isto, porque havia realmente belíssimos vinhos, e dentre estes, o Domus Áurea foi julgado, desta vez, o melhor. Não foram sentidas as notas de eucalipto que alguns dizem perceber no Domus Áurea; quem sabe, em 2007, já haviam sido cortadas as árvores próximas ao vinhedo…
A identificação da casta: o que seria uma trivialidade, não foi tão fácil. Não é a primeira vez. A causa, além de nossa natural ignorância, também pode estar na tendência dos vinhos chilenos e argentinos de serem elaborados a partir de uvas sobre-maduras; neste caso, as castas tendem a se confundir, dizem os especialistas. Houve quem achasse notas de Carmenère.
Enfim, os preços. É doloroso ter que pagar, no Brasil, R$ 360 por um Don Melchor que ali ao lado custa uns R$ 200. Até quando?