A reunião da SBAV de 18 de julho de 2025 primou pela originalidade e didatismo. Os confrades Jorge Ducati e Leandro Rovani selecionaram oito vinhos para 11 privilegiados confrades, como explica o texto introdutório:

Que vinhos tintos são feitos de uvas tintas, e vinhos brancos, de uvas brancas, todo mundo sabe. É claro que há nuances, havendo vinhos brancos elaborados a partir de uvas tintas, onde o mosto é fermentado sem as cascas (de onde vêm os pigmentos que dão a cor), e até vinho tinto a partir de uva branca (o quê, como assim? bem, veja na página da SBAV, degustação de 30.8.2012). Mas, será que o vinho branco originado de uvas tintas guarda memória da sua cor ancestral? Bem, uma degustação comparativa pode ser feita, desde que alguns fatores de confusão sejam contornados. Por exemplo, um par branco/tinto teria que, obviamente, ser da mesma casta; e ser, também, elaborado pela mesma vinícola, com uvas do mesmo terroir. Neste caso, a única diferença relevante seria a própria vinificação. Na reunião de hoje, teremos quatro pares de vinhos de quatro diferentes castas, apresentados em duas baterias de dois pares cada uma, às cegas. O desafio será identificar qual é o par de qual. Ao trabalho!

Os vinhos foram apresentados em duas baterias de quatro vinhos cada bateria, na seguinte ordem:

  1. Aniello Pinot Noir branco 2023, Overside State, Alto Vale del Rio Negro, Patagonia Argentina, 12 graus.
  2. Cabriz, Touriga Nacional 2020 branco, DOC Dão (Portugal), 12,5 graus.
  3. Aniello Pinot Noir tinto 2022, Overside State, Alto Vale del Rio Negro, Patagonia Argentina, 14 graus.
  4. Cabriz, Touriga Nacional 2019 tinto, DOC, Dão (Portugal), 13,5 graus.
  5. Trivento Malbec 2023 branco, Mendoza (Argentina), 11 graus.
  6. Duca di Saragnano, Toscana Bianco IGT Sangiovese 2023 (Itália), 12 graus.
  7. Duca di Saragnano, Chianti DOCG Riserva 2019 (Itália), 13 graus.
  8. Trivento Malbec 2021 tinto, Mendoza (Argentina), 13,5 graus.

Vinhos no geral excelentes, com destaque para o Sangiovese branco, considerado o melhor da noite. O Malbec branco foi notado pela extrema claridade, ou seja, era branco incolor mesmo, com maior acidez. Os Dão estavam muito bons.

Quanto ao desafio: a identificação dos pares foi surpreendentemente correta. Ou seja, os brancos parecem guardar a memória de sua ancestralidade.

Outro destaque foi o espumante de entrada, um Cave Geisse Blanc de Noir 2019, um dos melhores espumantes degustados na SBAV nos últimos tempos.